terça-feira, janeiro 30, 2007

Os signos de Pierce


Charles Sanders Pierce (1839-1914) criou um método para determinação dos significados dos objectos em que a estrutura do raciocínio se baseia sempre entre relações triádicas e em que cada objecto é diferenciado dos outros pela concepção de como funciona ou do que pode realizar. Os três elementos lógicos que permitem a decifração dos fenómenos são a Primeiridade - qualidade sensitiva ou sensação percebida; a Segundidade - resposta para a observação em que damos um nome aos objectos e a Terceiridade - representação da relação entre dois elementos e que permite generalizar e até atingir a elaboração de leis.

O Signo é a noção mais simples da terceiridade e é aquilo que representa alguma coisa para alguém. O modo como cada signo é apreendido pelos indivíduos e a sua utilização num determinado contexto também pode ser apresentado em três categorias: o Quali-signo (mera qualidade); o Sin-signo (qualidade associada a um significado) e o Legi-signo (lei geral).

“…um signo é um legi-signo se a sua apreensão é regida por um mecanismo de lei geral. A linguagem verbal é um exemplo de sistema de legi-signos, mas também o são regularidades de comportamentos individuais ou sociais, convenções e costumes culturais, ou, ainda regularidades traduzidas por leis científicas.” Alda Pereira, Os elementos fundadores do signo visual

Para Pierce existem três categorias de signos: o Ícone é um signo que é uma imagem de semelhança do objecto; o Índice é um signo que é um indicador, uma consequência ou continuidade do objecto e o Símbolo é um signo que é uma abstracção do concreto independentemente das relações de semelhança com o objecto.

“Sendo o processo de semiosis o resultado da natureza triádica do signo, na base da atribuição de significados, isto é, da significação, está um processo de inferência. Um ícone significa com base num mecanismo de semelhança; um índice significa com base numa inferência feita a partir de uma conexão física e um símbolo significa com base num mecanismo de associação fundado numa convenção, ou lei conhecida.” Alda Pereira, Os elementos fundadores do signo visual

domingo, janeiro 28, 2007

As imagens como estímulo de emoções

As imagens têm um papel preponderante no estímulo de emoções. Por isso é que em publicidade uma boa imagem passa melhor uma mensagem do que um texto longo sobre um determinado produto. Através da emoção o consumidor adere a uma ideia e pode até ser criada a impressão de que algo é melhor do que o que parece.

“As imagens não são armazenadas sob a forma de frames de coisas, acontecimentos ou palavras. O nosso cérebro não arquiva fotografias de pessoas nem armazena filmes de cenas da nossa vida; não retém cartões salva-vidas como usam os apresentadores de televisão. Não, o nosso cérebro faz, antes, uma interpretação, uma nova versão reconstruída do original. Temos no entanto a sensação de que podemos evocar nos olhos ou ouvidos da nossa mente, imagens aproximadas daquilo que experienciámos anteriormente. Elas podem ser sonoras ou visuais, tactéis, gostativas ou olfactivas mas são predominantemente visuais.” António Damásio (neurocirurgião)

domingo, janeiro 21, 2007

Leituras simbólicas



Nelson Goodman (1918-1998) filósofo americano, demarca-se claramente das perspectivas tradicionais que consideram a questão da metáfora apenas no domínio da linguagem. Para Goodman, também as imagens ou quaisquer outros símbolos podem funcionar metaforicamente e o processo implicado obedece ao mesmo conjunto de princípios explicativos. As imagens podem assim ter diversas leituras simbólicas consoante o momento, a pessoa ou o ambiente cultural envolvente. O que pensar por exemplo de uma imagem como esta?

Semiótica

A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é também conhecida como semiologia. É a ciência geral dos signos e da semiose, que estuda todos os fenómenos culturais como se fossem sistemas de significação. A semiótica ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da ideia. Em oposição à linguística, que se restringe ao estudo dos signos linguísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, a semiótica tem por objeto qualquer sistema sígnico - artes visuais, fotografia, cinema, música, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência, etc.
(Adapatado da Wikipédia)

terça-feira, janeiro 16, 2007

A metáfora da imagem


"Como é que encontrava todas as minhas ideias para quadros? Pois bem, à noite, já tarde, voltava ao meu atelier na Rue Blomet e deitava-me, às vezes, sem sequer ter jantado. Tinha sensações que anotava no meu caderno. Via aparecer formas no tecto..."
Juan Miró