sábado, fevereiro 17, 2007

O Modelo do Grupo µ

Pierce observou o signo segundo uma perspectiva tridimensional. Para ele o signo compõe-se pelo interpretante, representante e objecto; seguindo esta perspectiva tridimensional, cada signo pode ser classificado como imagem, diagrama ou metáfora; por sua vez cada ícone pode ser subclassificado em imagem, diagrama ou metáfora. O ícone segundo Peirce é um signo que mantém com o seu referente uma relação de analogia, semelhança que pode ser visual, auditiva, ou resultante de outra qualidade sensitiva como o paladar ou o olfacto.
“Grosso modo, podemos dividir os hipoícones segundo o modo de primeiridade no qual participam. Os que fazem parte de qualidade simples ou qualidades primeiras, são imagens; os que representam relações, principalmente diádicas, ou consideradas como tais, das partes de uma coisa por relações análogas nas partes que os constituem são os diagramas; os que representam o carácter representativo de um reprersentamen, representando um paralelismo com qualquer coisa de outro, são metáforas” (Peirce, 1978:149).

O Grupo µ relativizou a distância entre o signo icónico e o objecto; a percepção de um objecto produz uma imagem mental, que através de um processo de transformação assumirá uma forma icónica, com linhas, cores e formas. A percepção de um ícone permite pois um processo de reconhecimento e uma associação a uma imagem mental do interpretante, havendo depois uma estabilização ou actualização do referente segundo um processo cognitivo. O conceito de semelhança deu assim lugar ao conceito de reconhecimento. Segundo o Grupo µ, as imagens na realidade têm um signo duplo: uma função de representação, onde entra a percepção tridimensional do objecto (signo icónico) e uma organização de cores e de formas que representam propriedades abstractas (signo plástico).

Sem comentários: