O conhecimento começa com a duplicação mimética do real apercebido e desenvolve-se através de uma hierarquia de representações icónicas, indo as imagens desde um nível de base até aos modelos mentais, cada vez mais abstractos mas igualmente icónicos. Podemos entender o conhecimento como uma vasta rede de modelos esquemáticos, mais ou menos relacionados, mais ou menos específicos. E todas as imagens ou modelos destacam determinados aspectos dos fenómenos em relação a outros.O problema é determinar a articulação entre os signos externos (a linguagem verbal e as imagens materiais) e as imagens e modelos mentais que podemos considerar como representações ou signos externos. Estes são entendidos como “tecnologias da inteligência” e a sua utilização flexibiliza as formas e as operações do pensamento. O pensamento cognitivo está assim dependente da mediação semiótica, sendo os signos um produtos das interacções sociais dos indivíduos. Diz Jean-Pierre Meunier:
“Il n’y a pas deux modes indépendants de représentation du monde, l’analogique et le digital (ou la représentation propositionnelle et l’image); il n’y en a qu’un seul, l’iconique, mais dont le couplage avec un système extérieur de signifiants démultiplie les possibilités de différenciation, d’abstraction… »
O facto da imagem externa resultar da imagem interna explica a variedade das suas manifestações e a diversidade de categorias das imagens. As imagens simples resultam das imagens mentais em sentido restrito; mesmo as imagens fotográficas passam por uma mentalização do apercebido que resulta de um ajustamento focal tendo em conta o ponto de vista, a selecção e o destaque de certos aspectos. As imagens mais esquemáticas como os diagramas, redes, cartas geográficas são projecções no espaço exterior dos nossos modelos mentais. Eles representam a nossa aptidão para extrair o esquema das coisas, as relações entre os vários elementos de forma a realizar simulações mentais do real a diferentes níveis de abstracção.




